A experiência como contratada em escolas de idiomas foi fundamental para a trajetória de Luz Moura, 26, professora de inglês e modelagem 3D. Foi nesse ambiente que ela ganhou prática, entendeu dinâmicas de sala de aula e consolidou sua paixão por ensinar. Mas, em 2024, Luz decidiu seguir um novo caminho: deixou o emprego formal e passou a se dedicar exclusivamente às aulas particulares.
A decisão foi impulsionada por diversos fatores. Além do desgaste da rotina, que incluía turnos pela manhã e noite na escola, somados a aulas particulares à tarde e aos fins de semana, ela percebeu que havia uma diferença significativa na remuneração. “Pela escola, eu recebia cerca de R$15 por hora. Já nas aulas particulares, cobro R$ 35,00 e, mesmo com alguns alunos pagando menos, ainda assim meu rendimento aumentou. Hoje, com nove alunos, ganho mais do que quando era CLT”, relata.
Motivação em continuar...
O início do trabalho autônomo aconteceu de forma natural. Alunos que passaram por suas aulas na escola procuraram-na novamente, interessados em continuar com sua metodologia. Foi o ponto de virada para iniciar o próprio negócio. “Comecei a ser indicada e a formar uma rede. Ainda estou no começo, mas já percebo o crescimento.”
Luz trabalha hoje com oito alunos de inglês e um de modelagem 3D. Com foco em conversação e pronúncia, ela oferece aulas personalizadas de acordo com o perfil de cada estudante, o que se tornou um diferencial. “Tenho sotaque americano e produzo aulas contextualizadas. Também uso as redes sociais, com apoio de uma amiga, para compartilhar vocabulários, dicas e experiências pessoais em inglês.”
Embora ainda não tenha formalizado sua atividade como Microempreendedora Individual (MEI), Luz pretende fazer isso em breve. Ela também investe em panfletos e outras estratégias locais para ampliar sua base de alunos, além de manter uma rotina organizada para administrar pagamentos, redes sociais e planejamento pedagógico.
De acordo com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), mais de 15 milhões de brasileiros já optaram pela formalização como MEI até 2024, e o número cresce ano a ano, impulsionado pela busca por autonomia, segurança jurídica e acesso a benefícios previdenciários.
Apesar das vantagens da vida autônoma, como a possibilidade de definir horários e focar nos conteúdos que mais domina, Luz não deixa de reconhecer os desafios. “Sinto falta da comunidade e da convivência com outros profissionais. E a instabilidade financeira no começo também assusta. Mas, ao mesmo tempo, é recompensador.”
Ao refletir sobre sua trajetória, ela deixa um conselho para quem pensa em empreender na área da educação: “Se organize. O começo é desafiador, mas vale a pena. O sucesso se vive todos os dias não é um ponto de chegada, é o próprio caminho.”